Os EUA anunciaram, nesta quinta-feira (21), a retirada da tarifas de 40% de alguns produtos brasileiros.
A decisão foi publicada pela Casa Branca.
A lista inclui carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos.
Na semana passada, os Estados Unidos já haviam reduzido as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga.
Para o Brasil, as taxas haviam caído de 50% para 40%.
Agora, a tarifa ficou zerada para os produtos brasileiros como o café e a carne, que aparecem nas duas decisões da Casa Branca.
A decisão é válida para produtos que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro.
“Especificamente, determinei que certos produtos agrícolas não estarão sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem imposta pelo Decreto Executivo 14323”, escreveu Trump na decisão.
“Na medida em que a implementação desta ordem exigir o reembolso dos direitos aduaneiros cobrados, os reembolsos serão processados de acordo com a legislação aplicável e os procedimentos padrão da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA para tais reembolsos”, escreveu o presidente americano.
O documento cita redução de tarifa a produtos agrícolas. São citados carne, frutas e nozes, produtos de cacau, café, chá, especiarias, vegetais, raízes e tubérculos.
São citados ainda alimentos processados e bebidas, fertilizantes, além de minérios e minerais, combustíveis fósseis, petróleo e derivados.
As conversas com o presidente Lula (PT) foram importantes para remoção das tarifas.
Segundo a ordem, houve revisão de tarifas após contato direto com autoridades do país.
“Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa com o presidente brasileiro Lula, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323 [que impunha tarifas de 40%]. Essas negociações estão em andamento” – Ordem executiva assinada por Donald Trump, nesta quinta, sobre redução de tarifas ao Brasil
Algumas mercadorias sobretaxadas registraram forte aumento de preços nos EUA.
Principal fornecedor de café para o mercado americano, o Brasil enfrentava tarifas totais de 50%, o que elevou em quase 20% o preço do café no mercado americano em setembro na comparação com mesmo mês do ano passado.
Em razão disso, muitos eleitores passaram a rejeitar a medida.
Segundo especialistas, um dos sinais da reprovação dos cidadãos americanos à gestão Trump foi a vitória de candidatos democratas nas eleições municipais em diversos estados.
A queda das tarifas comerciais já era esperada desde o início da semana.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, tinha dito que o fim próximo do tarifaço visaria a produtos “que não cultivamos aqui nos Estados Unidos”, referindo-se a café e banana, embora haja plantações de café em algumas partes do país.
No Brasil, as exportações de café despencaram após o tarifaço.
O país exportou US$ 1,9 bilhão em café para os Estados Unidos no ano passado.
Em outubro, as exportações recuaram 54% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Da Folhapress – São Paulo e G1
