Deputado propõe corte nos duodécimos e “cota” de grandes empresas de MT

O deputado estadual Júlio Campos (UB) convocou os poderes constituídos no Estado de Mato Grosso (Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público) e empresas gigantes do agronegócio, como o Grupo Bom Futuro e Amaggi e construtoras, como Plaenge e Ginco, a se juntarem para ‘salvar’ a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Isto é adquirir o imóvel no leilão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT). No caso dos poderes constituídos, Campos defende que se reduza o pagamento do duodécimo, que é um repasse financeiro mensal do Poder Executivo Estadual para os Poderes Legislativo e Judiciário, e também para o Ministério Público, assegurando “autonomia e independência” financeira, conforme previsto na Constituição Federal. O termo “duodécimo” refere-se à divisão do orçamento anual desses órgãos em 12 partes, sendo entregue uma parcela até o dia 20 de cada mês.

Vamos juntar todos os poderes constituídos, cada um tira um pouquinho do seu duodécimo, que é muito dinheiro, e juntamos força para o próximo leilão. Nós compramos este patrimônio para continuar servindo a saúde pública. Não adianta abrir o Hospital Central de Cuiabá, com 250 leitos, hospital esse que foi iniciada a construção no meu governo em 1984, e fechar a Santa Casa”, sugeriu em vídeo publicado na terça-feira (09).

De acordo com o cacique, o último leilão do TRT-MT não teve nenhum interessado na compra do imóvel. “A Santa Casa presta grandes serviços de oncologia infantil, hemodiálise, cirurgias, então ela tem que ser preservada. O custo já vem sendo feito pelo Governo Estadual em torno de R$ 20 milhões. Eu tenho certeza que a ALMT fará esse sacrifício, diminuir o seu duodécimo a favor da Santa Casa”, afirmou.

Caso os poderes não consigam realizar os cortes de gastos, o deputado propõe que empresas do setor da construção civil e as “gigantes do agro” entrem em cena e ajudem a comprar o imóvel. O objetivo do leilão é quitar as dívidas trabalhistas acumuladas por mais de cinco anos, que somam mais de R$ 50 milhões com 860 exfuncionários.

Desse total, R$ 43,7 milhões continuam pendentes de pagamento, envolvendo mais de 470 processos judiciais. “Ou então quero propor que nossas grandes empresas que vivem em Cuiabá, que trabalham, que ganham dinheiro em Mato Grosso, Grupo Maggi, Bom Futuro, Plaenge, Grupo Maluf, eu também com o empreendimento Santa Laura, Ginco, enfim, as empresas que bombam em Cuiabá, fazermos uma parceria e ajudamos a adquirir a Santa Casa”, encerrou.

Folhamax/Brenda Closs

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