Presidente da Famato adota tom conciliador e diz que relação com governo Lula deve superar questões ideológicas

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, adotou tom conciliador ao avaliar a atuação do governo federal em relação ao setor produtivo. Durante o lançamento do Escritório da ApexBrasil em Mato Grosso (EAMT), inaugurado na segunda-feira (24) dentro da sede da Famato, em Cuiabá, ele defendeu que a relação entre o agronegócio e o governo Lula (PT) seja baseada em demandas do setor, e não em disputas ideológicas.

A manifestação contrasta com declarações de dirigentes de outras entidades do agro, como o presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Beber, que tem ampliado críticas ao governo federal. No evento, Vilmondes destacou que a ApexBrasil deveria estar presente no Estado “por mérito” da relevância de Mato Grosso no comércio exterior. “Mato Grosso hoje é o Estado que mais produz, principalmente produtos do agronegócio. Basicamente, nossos produtos são voltados para exportação. Isso veio de encontro à nossa necessidade”, afirmou.

Ele avaliou que a presença do escritório facilitará o acesso de produtores – especialmente pequenos e médios – ao mercado internacional. “O mercado internacional está de olho na produção do Estado. O mundo precisa de segurança alimentar e estamos prontos para produzir essa demanda”, disse. O dirigente citou viagem recente à China e ressaltou que o Estado tem capacidade de manter oferta interna e expandir exportações, mesmo em cenários de aumento da produção agrícola sobre áreas de pecuária.

Vilmondes também destacou a adaptação do setor pecuário diante da expansão da agricultura. Segundo ele, apesar da redução relativa de áreas de pastagem, o rebanho estadual cresceu em quantidade e qualidade, impulsionado por tecnologia e aumento da produtividade. “O produtor se reinventou. Evoluímos na qualidade da carne, na precocidade do abate. Isso alavancou a produção de proteína animal em Mato Grosso”, afirmou.

O presidente da Famato disse que a abertura do escritório da ApexBrasil representa um avanço para diversos segmentos econômicos, não apenas o agro. “A nossa casa é a casa do Mato Grosso. Vai atender produtores, agroindústrias, comércio e indústria. Será uma contribuição enorme para a economia do Estado”, avaliou.

Ao comentar a relação institucional com o governo federal, Vilmondes afirmou que diferenças político-ideológicas não devem orientar o posicionamento da entidade. “Questão ideológica é segundo plano. Temos que pensar nas demandas do nosso público. Temos que trabalhar com a equipe do governo. Hoje o presidente da República é o presidente Lula, e nós temos que trabalhar com isso”, declarou.

Ele reconheceu ações do governo federal em favor do agronegócio, especialmente a atuação do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “O governo tem seus méritos. O ministro tem vendido o Brasil muito bem e aberto fronteiras mundo afora para nossos produtos. Temos que ter responsabilidade com aquilo que nos posicionamos”, completou.

Vilmondes afirmou ainda que fala em nome da instituição, e não de posições pessoais. “Cada um tem sua opinião, e precisa ser respeitada. Mas não há outra forma de trabalhar. Temos que fazer o jogo que interessa para todos nós”, concluiu.

Da Redação olhardireto – Airton Marques / Do Local – Jardel P. Arruda

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